Deixei correr a tinta nos jornais, os rasgos de absoluta lucidez que tentaram explicar de todo a atitude do nosso Presidente. Eu não gostei deste 4 meses de desgoverno, mas dificilmente apoio a decisão dele.
As razões apontadas prendem-se com:
- Os problemas na colocação dos professores.
- A entrevista do Prof. Cavaco Silva.
- Os sinais dos empresários portugueses.
- A indigitação de um madeirense para o Governo da República (este Jardim mata-me).
- O episódio Prof. Marcelo.
- A carta de demissão do amante do tiro aos pombos.
- A demissão do amante do tiro aos pombos.
Acontece que dentro deste enquadramento, ainda não vi razão nenhuma a suportar a decisão do nosso Presidente. No tempo do Eng. Guterres demitiu-se um ministro em escândalo e ainda não tinham passado meia dúzia de meses de Governo, houve outro que nem chegou a tomar posse. A lavagem de roupa suja com o Eng. João Cravinho e a Dra. Manuela Arcanjo foi quanta se quis, o Presidente à data era o mesmo. Nenhum destes Governos era suportado por uma maioria. Não vi sinais de Belém a acenarem com uma qualquer dissolução.
Esse Presidente ainda pensa sozinho e a decisão de ordenar a dissolução da Assembleia da República, com uma maioria Parlamentar em exercício, não consta dos manuais de qualquer democracia, e foi só dele, pelo que o compasso de espera a que ele nos quer fazer crer só será completado com a reunião do Conselho de Estado, não pega. De duas, uma, fê-lo com plena consciência ou fê-lo por motivos menos claros. Nesse caso em concreto, se tal se vier a revelar, não fico com apreço pela atitude do Presidente, pelo contrário cola-o a uma imagem de vulgar politiquice a que deveria estar completamente alheio.
Bastava que o Presidente dissesse aos portugueses que não achou nenhuma piada ao tratamento que quiseram dar à demissão do Ministro Chaves, à sua substituição apressada, e a um Primeiro Ministro que não cancela uma viagem à Turquia num momento grave e de completo desnorteio do País, sendo essa atitude de uma irresponsabilidade tal, que demonstrava apenas uma vontade de cumprir calendário, não de cumprir um mandato.
Esta era a única razão válida que eu esperaria que ele me apresentasse para esta extemporânea dissolução, se outra for, espero bem que não, deixei de o ver como garante da nossa democracia, mas apenas como um dos filiados políticos de um vulgar partido.
Aconselho nesse caso e se tiver alguma réstia de dignidade, a de tomar a difícil decisão de se demitir.
O que me preocupa aqui não é tanto mais a posição pouco responsável do Primeiro Ministro, mas a pouca consistência da sua demissão. Para além disso por incrível que parece é um Presidente que demite, mas que exige ao mesmo tempo que esse mesmo governo demitido, leve a aprovação um Orçamento para outro qualquer governo, a desculpa que estão ainda em exercício é falsa. Não está aqui em causa se é um bom ou mau Orçamento. Não está em causa se vai ser o mesmo ou os mesmos partidos a governarem o País futuramente, o que está em causa é o de exigir o Presidente da República uma responsabilidade sobre um acto que está nitidamente ferido de incapacidade de ser posto em prática.
Aqui quem é o irresponsável. Julgo que ninguém. Somos todos nós que ano após ano elegemos uma data de tipos que põem em prática exercícios de governação completamente de terceiro mundo e baseados na premissa efectiva que nunca nos revoltaremos.
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