A Lique tem toda a razão em dizer que não quer nenhum país a servir de polícia do mundo, ainda por cima governado por um imbecil. Concordo perfeitamente com ela.
Ontem o meu filho perguntou-me se o Kerry ganhar o que é que muda. Comecei por lhe fazer uma análise mais consistente do problema global que é a política do governo americano. Expliquei-lhe que o que ainda me confunde e que ninguém ainda compreendeu, salvo raras excepções, Portugal é o único País nesse mundo fora que muda a sua postura internacional todas as vezes que temos novo governo. As linhas condutoras dos nossos políticos dependem sempre do estado em que se encontram: oposição ou poder.
São incapazes de concluir algum projecto em termos nacionais, quanto mais a nível internacional. A arrogância de quem está no governo é apenas comparada a bestas de carga em que apenas se lhes permite ver em frente, manobradas por umas rédeas soltas e que lhes deixa olhar de vez em quando para o próprio umbigo. Aqueles que tentam mudar um pouco as coisas, normalmente, e infelizmente, desistem pelo cansaço de tentar que a manada os siga.
Quanto aos Estados Unidos o caso muda de figura. Aqui contam os interesses do país e não os interesses individuais de quem está no poder, nem as suas linhas políticas, os democratas e os republicanos poderão não ter as mesmas ideias de como se conduz o País internamente, mas continuarão na mesma linha de controlar o poder a nível mundial.
Mesmo que alguma coisa venha a mudar podemos colocar uma série de cenários: o Bush ganha, tudo vai continuar na mesma, os países da OPEP vão continuar a puxar os preços do petróleo para cima, de forma a que, quando o Iraque começar a vender a sua produção eles já tenham conseguido aumentá-lo o suficiente para que não baixe mais. É essencial que todo o dinheiro que conseguirem agora, continue a jorrar e a alimentar o fausto de alguns, o poder militar de outros, no fundo e seguindo o exemplo dos políticos portugueses: o povo que se lixe, logo que os nossos rendimentos continuem iguais.
Cenário dois, o Kerry ganha, há um aumento significativo de vendas de maionese e de ketchup. A Microsoft e a Coca-Cola, vão à falência porque os países árabes e Portugal, deixaram de comprar os seu produtos. Os soldados americanos, depois das eleições, abandonam o Iraque à sua sorte. O Irão e os radicais do islamismo tomam conta do país, Israel fica cada vez mais isolado, a OPEP continua a aumentar os preços. O Santana Lopes na sua ânsia de fazer buracos encontra petróleo e os nossos problemas ficam resolvidos. O PS ganha as eleições e manda retirar a GNR do Iraque, para nos defender da próxima invasão por parte dos americanos, aliados aos espanhóis que querem tomar de assalto as nossas reservas petrolíferas.
Portugal e os portugueses, eu incluído devemos ter em conta o seguinte, não representamos qualquer contra poder a nível internacional. Mesmo em bicos de pés a nossa opinião não conta. Infelizmente temos que viver com esse estigma e na certeza que ganhe quem ganhar nos E.U.A. continuamos pequeninos e sem qualquer influência na condução do xadrez mundial. Admiro alguns dos nossos políticos que esbracejam contra o Bush e contra a sua política mas são incapazes de lidar com os problemas nacionais. Eu tenho uma pergunta que gostaria de deixar e que ainda ninguém me conseguiu responder: O Mayor de Nova Iorque tem mais habitantes, mais departamentos, mais polícias, mais bombeiros, mais soldados, etc., para gerir do que o primeiro-ministro de Portugal. Ele consegue fazê-lo. Não está na hora de nós lhe pedirmos para ele se candidatar por cá?
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