latim</span></i> "O homem é lobo para o homem."
Li, como leio sempre, com muita atenção as linhas que o Miguel Portas escreve no DN. Não é preciso fazer elogios à sua escrita, está na massa do sangue, é de família. Mesmo não tendo grande consideração pela classe política deste País, levo em consideração as ideias que ele imprime.
Noutro artigo, menos recente passou também pelos meus olhos um artigo que se referia a um homem do Vaticano, onde ele dizia que já havia começado a 4ª guerra mundial. Eu tenho por hábito guardar as minhas opiniões e não expô-las a terceiros. Mas acho que depois de ouvir este dois senhores, tenho o direito de me manifestar.
O que o Miguel Portas diz está correctíssimo em alguns casos, concordo literalmente com ele quando se refere ao tipo de guerra que existe no Iraque, brutal, sem apoio do povo que supostamente está a ser libertado e em defesa de interesses económicos obscuros.
Discordo em algumas, que passo a explicar:
Essa guerra só existe porque a clivagem entre o mundo árabe e o ocidental foi sendo acicatado ao longo destes últimos dois séculos. Foi também por motivos que aparentemente se concentram no aspecto religioso, mas são bem mais profundos. A Bíblia e o Corão estão ligados por laços mais fortes que escapam a um simples leigo ou a fundamentalista radical. Mas são utilizados como armas, Napoleão classificava a Bíblia e o Corão como livros políticos e com toda a razão. Infelizmente não aprendemos com ele, não tiramos suficientes lições na história para saber até que ponto, a fissão religiosa iria transformar este mundo num caos. A manipulação de ideais sempre funcionou perante a pobreza e a desilusão. Os fundamentalistas que utilizam os versículos de um e outro lado, esquecem que por detrás das guerras ditas santas, existe uma outra guerra de poder. Esse poder suportado por um ideal feudal, tribal e arcaico, sustenta há gerações senhores que se dizem os únicos detentores da verdade e da representação do povo que agrilhoam. Nunca vi o Miguel Portas revoltar-se contra isto e é aqui, passo a expressão, que ele peca. Como pecaram os antecessores dele que nos quiseram dar uma imagem lavada de pureza, liberdade e democracia, onde ela não existe e nunca existiu.
O Miguel sofre de um mal, talvez inculcado pelo seu passado revolucionário e igual a de alguns partidos de esquerda que preferem defender ditaduras, relegando para trás outros aspectos, logo que elas estejam contra a política dos E.U.A.
Não concordo com o postulado dos Estados Unidos em se arrogarem os polícias de todo os males do mundo em que vivemos, mas tenho que concordar com uma coisa: se não fossem eles eram outros, e diga-se de passagem prefiro que sejam eles do que outros que utilizam métodos estalinistas e purgas sistemáticas para arrumar a casa.
Quanto à Igreja Católica pergunto quem lhe deu o direito de se exprimir contra supostas guerras quando foi ela ao longo de séculos que as alimentou e provocou: Olha para aquilo que digo e não para aquilo que eu faço.
Não posso acreditar, nem aceitar opiniões de pessoas que nunca se retrataram e apoiaram perseguições, que torturaram, que baniram e que detiveram o poder só para impor dogmas.
Entre eles e a esquerda radical, entre eles e os fanáticos que se matam a eles e a inocentes, existem poucas diferenças: apenas a de esgrimirem as suas políticas e defenderem os interesses obscuros de uma elite que nunca dá a cara.
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